Sistema Cantareira pode secar em outubro, diz Sabesp

Nível acumulado de água no Sistema Cantareira, que abastece a população da Grande São Paulo, chegou a 8,4%, segundo medição divulgada pela Sabesp na quarta-feira (14). Na imagem, reservatório na região de Joanópolis.  (Foto: Denny Cesare/ Estadão Conteúdo)




A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), por meio de comunicado do grupo técnico que acompanha a crise no Cantareira, informou que a água dos reservatórios do Sistema pode acabar no dia 27 de outubro. Segundo a companhia, a hipótese vale no cenário em que a entrada de água no sistema por meio das chuvas seja igual ou menor a 50% das mínimas já registradas na história.
Para que a água dure até 30 de novembro, data inicial projetada para durar a reserva do 'volume morto', seriam necessários outros 51 milhões de m³. A informação é também do grupo gerido pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee) de São Paulo.
Entretanto, em nota, a Sabesp informou que "o volume é suficiente para o abastecimento até março de 2015, no ponto alto do período das chuvas" e que a previsão para outubro ocorreu de forma obrigatória pelo comitê utilizando projeções mais pessimistas.
Redução na vazão

Além do dado sobre a possível seca em outubro, o comunicado mostrou também uma hipotética solução da Sabesp para as recomendações do comitê feitas em um comunicado anterior. Nele, o grupo técnico pediu à companhia que considerasse um 'cenário mais desfavorável' ao realizar planos de extração de água dos reservatórios.
Na data, a Sabesp informou que pretendia retirar dos quatro principais reservatórios do Cantareira 22,2 mil litros por segundo em média de junho a novembro. Neste novo cenário, a companhia informou que passaria a retirar 21,2 mil litros por segundo em média até novembro. O cenário 'mais desfavorável' considera afluências (entrada de água) correspondentes a 75% e 50% das mínimas históricas.
Porém, em nota, a Sabesp respondeu que "mantém as suas projeções inicialmente apresentadas" e que o comitê "obrigou a companhia a apresentar projeções muito mais pessimistas, que seriam 50% e 75% inferiores à mínima histórica". A companhia reitera, também, que "trata-se de mera recomendação do GTAG [comitê anticrise] que será ainda avaliada".
A redução na retirada de água das represas do Cantareira já vem sendo adotada desde o início do ano. No dia 13 de março, a vazão captada passou de 33 metros cúbicos por segundo para 27,9 metros cúbicos por segundo, por determinação da ANA.
Sistema Cantareira
Nesta terça-feira (3), o volume acumulado do Cantareira chegou a 24,6% após dia com 0,4 milímetro de chuva. Desse total, 18,5% vem do fundo dos reservatórios, o chamado 'volume morto', que começou a ser usado em 15 de maio.